A solução

Polêmica com os médicos estrangeiros

Diante do caos que não para de aumentar na saúde pública, o governo federal lançou no dia 8 de julho, através de Medida Provisória, o programa Mais Médicos. Bastante criticado pela categoria e entidades de classe, o programa tem entre suas metas levar profissionais para atuar, durante três anos, na atenção básica à saúde em regiões pobres do Brasil, dando prioridade a médicos formados no país. A medida tem sido criticada, principalmente, por não exigir a revalidação do diploma dos médicos formados no exterior. Recentemente, o Ministério da Saúde divulgou os números das primeiras inscrições no programa.

Do total de 16.530 profissionais preliminarmente inscritos, apenas 938 confirmaram a participação na seleção. O número corresponde a 6% da demanda dos municípios, que apontaram a necessidade de 15.460 médicos. Os médicos que forem selecionados irão atender a regiões carentes de 404 municípios. Em Pernambuco, 55 profissionais irão atuar em 31 municípios do estado e em áreas periféricas da capital. Na apresentação dos dados, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, cogitou a possibilidade de propor parcerias com universidades estrangeiras e com outros países. "Tendo o quadro da distribuição onde se concentra a carência fica mais factível para o Ministério da Saúde buscar parcerias com países e universidades", disse o ministro.

A Região Nordeste é a que vai receber um maior número de profissionais. Serão 372 direcionados a 203 cidades e um distrito sanitário indígenas (Dsei). Em seguida vem o Sudeste, com 216 médicos para atender a 77 municípios. Em terceiro lugar ficou a Região Norte, com 144 médicos em 49 municípios e 14 Dseis. A Região Sul vai receber 107 médicos em 53 municípios, e a Região Centro-Oeste vai contar com 99 médicos em 22 municípios e um Dsei. O Ceará, com 91 médicos, é o estado que mais vai receber médicos na primeira etapa, em seguida vem a Bahia, com 85, Goiás, com 70 e Minas Gerais, com 74.

A presidente do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), Helena Carneiro Leão, diz que a vinda dos médicos de fora do Brasil não é a solução adequada. “O que governo deveria criar uma carreira de estado e oferecer melhores condições de trabalho. Aqui não temos falta de médicos, temos uma má distribuição”, afirmou Helena. Para o presidente do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), Mário Jorge Lobo, o programa Mais Médicos é um “apenas programa tapa-buraco. O que deve ser feito são concursos públicos, porque no interior muitos médicos acabam levando calote das prefeituras”, ponderou.

SAIBA MAIS

Programa Mais MÉdicos

Municípios beneficiados Quantidade de mÉdicos
Abreu e Lima 3
Afranio 1
Agrestina 1
Alagoinha 1
Barreiros 1
Betânia 1
Bodocó 1
Bonito 1
Buíque 2
Cabo de Santo Agostinho 1
Calumbi 1
Camaragibe 3
Capoeiras 1
Caruaru 5
Casinhas 1
Cedro 1
Gravatá 1
Igarassu 2
Ipubi 1
Itambé 1
Moreno 3
Panelas 1
Paudalho 2
Petrolina 4
Recife 9
São Bento do Una 1
São José do Egito 1
São Vicente Ferrer 1
Tacaimbó 1
Terezinha 1
Vertente do Lério 1
Total de médico 55
Fontes: Ministério da Saúde