A história contada
pelas primeiras-damas






Magdalena Arraes

Marido: Miguel Arraes
Primeira-dama de Pernambuco:
1963-1964
1987-1990
1995-1999
Profissão: professora




Anna Ferreira Maciel

Marido: Marco Maciel (DEM)
Primeira-dama de Pernambuco:
1978-1982
Profissão: cientista social




Jane Magalhães

Marido: Roberto Magalhães (DEM)
Primeira-dama de Pernambuco:
1983-1986
Profissão: advogada aposentada



Silvia Cavalcanti

Marido: Joaquim Francisco (PSB)
Primeira-dama de Pernambuco:
1991-1994
Profissão: relações públicas







Magdalena Arraes, Anna Maciel, Jane Magalhães e Silvia Cavalcanti, entrevistadas pelo Diario, narram as lembranças do período em que seus maridos governaram o estado


TÉRCIO AMARAL
Da redação do Diario de Pernambuco



Num período que abrange trinta anos (1964-1994), quatro mulheres foram a verdadeira expressão do sexo feminino no governo do estado de Pernambuco. De posições e facções políticas aliadas e distintas, elas vivenciaram o início do regime militar (1964-1985), a luta pela liberdade de expressão, a Lei da Anistia de 1979 e a consolidação da Nova República. Com uma posição discreta, elas foram a única expressão feminina no Executivo no período em um estado que nunca foi governado por uma mulher.

 

Em conversa com o Diario, as ex-primeiras-damas revelam as lembranças dos tempos que os maridos ocuparam o Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual. A reportagem conversou com dona Magdalena Arraes, mulher do ex-governador Miguel Arraes, que ocupou o posto por três vezes (1963,1987, 1995). Avó do atual governador Eduardo Campos (PSB), ela relembrou os tempos de exílio e fez votos para que o projeto presidencial do neto seja realizado na eleição de 2014.

 

A reportagem também foi recebida por Anna Ferreira Maciel, mulher do ex-senador e ex-vice-presidente da República Marco Maciel (DEM). Anna, que se divide entre suas casas no Recife e em Brasília, relembrou episódios curiosos, como um show do cantor Roberto Carlos que fez para arrecadar doações para a Cruzada de Ação Social. Simpática, ela discordou da pecha de conservadores que é atribuída a sua família. Disse que o socialismo se faz em casa. "Sempre fomos vítimas dessa história".

 

Na outra ponta, a ex-primeira-dama Jane Magalhães, mulher do ex-prefeito do Recife e ex-governador Roberto Magalhães, confessou que o período que manteve uma relação estreita com o poder foi de muito trabalho. Jane confessa que ser primeira-dama da capital foi uma tarefa mais difícil do que ocupar o mesmo lugar no estado. Pela primeira vez, ela dá a sua versão da polêmica envolvendo a escultura do artista plástico Francisco Brennand no bairro do Recife Antigo, que teria sido censurada por ela, em casa.

 

Por fim, entre elas, a última ex-primeira-dama do período Silvia Cavalcanti confessa as perdas familiares e a opção do marido, o ex-governador Joaquim Francisco, de entrar na política. "Eu me casei com o técnico do Incra que virou político. Eu não queria que ele entrasse, mas foi uma decisão e eu tive que respeitar". Dona de uma simpatia singular, Silvia também atribui para si a criação de programas como o bolsa escola, ainda na década de 1980. "Não foi invenção do PT", alfineta.

 

Foram entrevistadas as ex-primeiras-damas cujos maridos governaram o estado da década de 1980 até os dias atuais e ficaram por mais de três anos no cargo. Renata Campos, mulher de Eduardo Campos, não foi procurada pela reportagem, porque ele ainda está no exercício do poder.


Expediente
Diretora de redação: Vera Ogando | Edição: Andréa Pinheiro | Reportagem e produção: Tércio Amaral
Edição de fotografia: Gil Vicente | Design: Bosco e Jaíne Cintra | Desenvolvimento: Bosco