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Quanto tempo leva para reduzir os efeitos do cigarro?

20 minutos - para pressão e frequência cardíaca normalizares e pés e mãos atingirem nível normal de temperatura
8 horas - para nicotina e monóxido de carbono sejam estabilizados ou eliminados da corrente sanguínea
2 semanas - para a circulação melhorar e função pulmonar ser aumentada em até 30%
9 meses - para diminuirem crises de tosse e falta de ar
5 anos - para o risco de derrame se igualar ao de um não fumante
5-10 anos - para a chance de câncer de boca, garganta, esôfago e pulmão chegarem à metade das chances de um fumante ativo


Um vilão cada
vez mais impopular

O cigarro ainda é o calcanhar de Aquiles de muitas pessoas que tentam mudar os hábitos pensando na saúde. Todo dia, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o tabagismo ceifa sete vidas brasileiras. Ainda que o número de fumantes ativos no estado só faça despencar ano após ano - 20% desde 2009 -, Pernambuco ocupa o segundo lugar entre os estados com maior parcela de pessoas que sofrem por conta do fumo passivo em ambientes fechados de trabalho, junto ao Piauí e atrás de Minas Gerais.

Nunca ter colocado um cigarro ou derivado de tabaco na boca não significa estar longe dos riscos provocados por ele. Em Pernambuco, 19% das pessoas são expostas a fumo passivo dentro da empresa onde trabalham, quase seis pontos percentuais acima da média nacional. Realidade preocupante, quando se considera que o tabagismo indireto é a terceira maior causa de morte evitável do mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde – aumentando entre 24% e 30% os riscos de infarto e câncer de pulmão.

O fumo é associado a pelo menos 11 tipos de câncer e agride o pulmão. "O tabaco interfere diretamente no patrimônio genético, com substâncias que se fixam no DNA, provocando alterações precursoras das células cancerosas", explica a sanitarista e epidemiologista da Divisão de Controle do Tabagismo do Inca Aline Mesquista.

Lentamente, a realidade do fumo no estado vai mudando, mas já se configura como um "problema de geração": para se ter uma ideia, a proporção de fumantes na faixa dos 40 anos é o dobro da faixa dos 20 anos e um em cada 25 fumantes buscou ajuda médica para interromper o vício nos últimos 12 meses. "O pulmão de um fumante muda com o tempo. Tem cor mais escura, textura rígida, causando dificuldade de se expandir e prejudicando a respiração. A cada ano sem fumar se reduz progressivamente o risco de desenvolver praticamente todas as enfermidades relacionadas ao fumo", explica a pneumologista do Hospital Otávio de Freitas Viviane Pelim.

Além das campanhas educativas, a própria Lei Antifumo (decreto federal 8.262) foi endurecida no final de 2014. Desde o dia 17 de janeiro de 2015, é proibido fumar em locais fechados, sejam eles públicos ou privados, o que extingue, por exemplo, a existência de fumódromos em todos os estabelecimentos. Com menos de duas semanas do efeito da lei, três bares do Recife foram autuados após clientes serem flagrados fumando em suas dependências.

O perigoso "fumo social"

Depois de crescer em casa de fumantes, Jarede continua fumando passivamente junto aos amigos de trabalho

 

Filha de fumante, a técnica em informática Jarede Ferreira, 30 anos, nunca se incomodou com a fumaça de cigarro. Há seis anos, casou-se e saiu da casa dos pais, deixando de ser fumante passiva na própria residência. Apesar da influência da mãe, nenhum dos cinco filhos teve o tabaco como hábito. No trabalho, no entanto, Jarede "fuma".

Por ser proibido fumar em ambientes fechados, muitos colegas de trabalho se reúnem em área aberta nos intervalos. Ela sempre marca presença, junto ao companheiro de trabalho Thiago Soares, 27, para resolver pendências profissionais ou simplesmente jogar conversa fora. No meio-tempo, inala diariamente a fumaça dos cigarros.

"Mesmo ciente dos prejuízos para a saúde que o fumante de segundo grau também tem, isso não chega a influenciar meu relacionamento com outras pessoas. Não tenho medo porque, para mim, um câncer, por exemplo, está associado também a estresse", justifica.


 

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