O Orfanato
Infâncias aprisionadas

Para prestar assistência aos filhos dos portadores de hanseníase foram fundados orfanatos em todo Brasil. Instituições que ficaram conhecidas como preventórios. A partir de 1935, os principais abrigos desse gênero foram reunidos em torno da Federação Eunice Wever, mantida, basicamente, por doações e dinheiro governamental. Em Pernambuco, a casa funcionou no bairro da Várzea, na cidade do Recife, chegando a abrigar mais de 200 crianças em um único período.

Conheça algumas histórias

Os preventórios tiveram força até a década de 1950, quando começaram a declinar e sofrer com a falta de verbas. Cresciam as críticas à política do isolamento compulsório e métodos contraceptivos passaram a ser adotados nos hospitais-colônia. Do período de apogeu, sobraram poucos registros. Na Várzea, apenas dois cadernos de capa dura com folhas amareladas ainda podem ser encontrados, comprovando a passagem de algumas crianças pela casa de abrigo. Nele, indicações vagas. Em algumas, nome e sobrenome dos pais. Em outras, apenas a data de entrada dos bebês, que tinham como origem o Hospital da Mirueira. Em diversas situações, é possível ter mês e ano da saída, porém o destino nem sempre é claro. Abundam os casos de mortes prematuras, muitas delas, poucos dias após a chegada.

Na memória dos que passaram pela Instituição Eunice Weaver, as histórias de dor ainda assombram. A reportagem tentou contactar a direção nacional da Associação, mas não obteve sucesso.

Expediente

Diretora de redação: Vera Ogando
Coordenação e edição: Lydia Barros | Reportagem: Júlia Schiaffarino
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